O poder da linguagem e as limitações da comunicação

21 de setembro de 2020 Por EduTomazett

Olá, tudo bem? Meu nome é Edu Tomazett e seja bem-vindo a este espaço, onde eu falo um pouco sobre o comportamento humano, aprendendo cada vez mais como somos incríveis mesmo dentro de nossas limitações.

Dentro do consultório tenho observado cada vez mais situações em que problemas são potencializados pelas falhas que temos na comunicação. Na verdade, não necessariamente na comunicação em si, mas na forma como ela é entendida pelas partes. Posso falar que talvez o problema seja na linguagem? Não quero me aprofundar em conceitos de linguagem e comunicação e preciso apenas que você perceba que podemos utilizar formas diferente de linguagem para nos comunicar e às vezes na falta de comunicação também estamos comunicando algo.

Temos diversos estudos e técnicas para melhorar a comunicação nos mais variados ambientes, sejam eles profissionais ou também em nossa vida pessoal. Por conta disso, não quero entrar muito nesse ponto e quero hoje colocar o foco nas palavras e na forma como utilizamos essas estruturas. Quero focar ainda mais em um ponto: a limitação do nosso vocabulário, além de limitar nossa comunicação você sabia que um vocabulário limitado também limita nosso entendimento do mundo?

Quer ver um exemplo simples que utilizei com os alunos do grupo de estudo? Se eu disser que “estou com dor de barriga”, o que você vai entender? Seria a mesma coisa que eu falar “estou com dor na barriga”? Ou teria o mesmo significado de: “preciso ir ao banheiro”? Cada uma dessas afirmações possui significados diferentes, mas que podem ser facilmente confundidos caso o comunicante não empregue corretamente as palavras adequadas. Em alguns casos temos ainda expressões e palavras que são empregadas tantas vezes que acabam tendo o seu significado deturpado. Quer ver só?

Imagine uma pessoa que foi criada em um ambiente com uma certa tendência a hipocondria, com o pai ou mãe com o costume grande de tomar remédios. Essa pessoa cresceu vendo seus pais tomando diversos medicamentos e com várias doenças auto diagnosticadas. Essa pessoa poderá ainda se tornar um adulto que acredita que qualquer incômodo seja uma dor e que qualquer sintoma pode ser uma doença grave. Para esse sujeito, o significado das palavras dor, doença e saúde, com certeza serão diferentes do que pra você. Pessoas assim costumam buscar medicamentos para tratar qualquer sintoma pois acreditam que tudo pode ser uma doença.

Em um outro exemplo, imagine agora alguém que nunca tenha ouvido uma palavra de apoio ou de carinho na sua infância. Como você acha que ele irá se relacionar com as pessoas ao seu redor? Com certeza ele terá esses sentimentos, mas se não souber se expressar irá perder toda uma troca de experiência que tanto nos enriquece. Uma pessoa assim terá dificuldades em ser carinhoso pois não conhece a linguagem, seja através dos atos ou das palavras.

Esses são exemplos simples, baseados em pessoas que passaram pelo meu consultório. Agora pegue esses exemplos e extrapole sua imaginação para todas as limitações que temos.

Ao montar esse texto, eu me preocupo principalmente em passar a minha mensagem e que você consiga entender. Se eu utilizar palavras muito complicadas ou de difícil entendimento criarei uma limitação em nossa comunicação, ao mesmo tempo, se eu utilizar apenas palavras muito simples, com certeza alguma ideia se perderá pelo caminho.

Precisamos, dentro de nossas limitações, usar ao máximo o nosso conhecimento para conseguir nos comunicar, nos preocupando sempre em utilizar corretamente a linguagem, de forma equilibrada entre aquele que comunica e o que irá receber a mensagem.

Aproveite este momento e reflita um pouco sobre a forma como você se comunica. Você faz bom uso das palavras? Como é o seu tom de voz? As pessoas realmente entendem o que você quer dizer? Você consegue transmitir suas emoções e pensamentos de forma coesa?

Leia, escute, converse, cresça o seu vocabulário e você se comunicará cada vez melhor.